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CRÔNICA DE UMA MORTE ANUNCIADA: A AGONIA DO RIO SÃO FRANCISCO - por EMANUEL MEDEIROS VIEIRA

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CRÔNICA DE UMA MORTE ANUNCIADA: A AGONIA DO RIO SÃO FRANCISCO
EMANUEL MEDEIROS VIEIRA

Já escrevi aqui da Bahia sobre o tema. Pela sua importância, poderia aprofundá-lo.
 Mas – prometo – serei breve.
A situação do velho Chico – rio da nossa unidade, como nos foi ensinado na escola – é mais que dramática.
Ele atravessa cinco estados brasileiros e é o maior ao nascer e desaguar “nos limites do nosso território”.
A seca nos reservatórios das barragens , como lembrou alguém, ameaça seriamente a geração de energia elétrica pelo sistema Chesf para a Bahia e vários estados do Nordeste. Se tal desastre ocorrer, configuraria um “colapso energético sem precedentes no país”.
Segundo Eduardo Salles, o desastre ameaça a fruticultura irrigada na região, “colocando em perigo 120 mil hectares irrigados e cerca de um milhão e duzentos mil postos de trabalho direta e indiretamente ligados à atividade”.

As águas do rio constituem fonte de vida de vasta região do país.
Lembrado pelo jornalista Levi Vasconcelos, Eures Ribeiro (PV), prefeito de Bom Jesus da Lapa, diz que não quer ser profeta do apocalipse, mas “vaticina: se nada for feito imediatamente o rio São Francisco vai morrer”.
Ele informa que a navegabilidade na Lapa, em Barra e em toda a área é zero. “Uma pessoa atravessa de um lado para outro a pé”.
E o pior ainda não chegou: a seca mesmo é em setembro.
Os prefeitos da região e o incansável bispo dom Luiz Cappio, de Barra (que já fez greve de fome para alertar sobre a situação do rio), vão tentar viabilizar uma sessão no Congresso Nacional para relatar a situação.
O rio está virando um riacho e corre o risco de morrer mesmo”, complementa o jornalista citado.
A quem culpar? Citar os desígnios climáticos?
Salles acredita que é preciso cuidar das nascentes, das matas ciliares, tratar os esgotos lançados no rio, repovoar suas águas com peixes nativos, estimular o uso correto da água e coibir projetos de irrigação não sustentáveis.
Podem jogar sem medo a culpa no homem, que desmatou suas margens, que poluiu suas águas, que despejou esgotos e resíduos industriais ao longo de todo o seu curso”.

(Salvador, julho de 2016)

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