Cláudio Feldman O Sr. Fradinho bastante claro, garboso, carregava com elegância uma pinta lateral que o fazia se destacar dos demais habitantes daquele canto do velho armazém. Esse armazém era de um português bigodudo e abastecia o vilarejo e aos moradores das redondezas. Esse Sr. Fradinho a quem chamaremos de Frá, residia com sua família, todos claros e todos com a mesma pinta genética que os diferenciava dos demais feijões, como já foi dito, em um canto desse armazém de roça. Frá chegara ao armazém em seu saco de moradia, vindo de longa distância, na caminhonete do” seu” José, juntamente com outras sacas, todas como a sua, fechadas, costuradas, lacradas e por essa razão, não pudera observar á paisagem percorrida e tampouco confraternizar com as outras espécies. Descarregadas as sacas e abertas, revelou ao mundo seu conteúdo e, aos feijões passageiros e moradores, o ar, a luz, o mundo, a vizinhança.